quinta-feira, 9 de junho de 2011

Unfaithful.

Eles se conheceram a alguns anos, no início, tudo parecia perfeito. Ele precisava dela tanto quanto ela precisava dele. Amor? Paixão? Atração? Nem os dois sabiam direito o que os levava a se quererem tanto. Assim foi por três anos, durante esse tempo, quem os via achava que ficariam juntos para sempre. “Ele é tudo pra mim”, ela dizia sobre ele. “Eu não aguento sem ela”, ele dizia sobre ela. Mas com o tempo aquele encanto foi se acabando, as brigas e discussões foram substituindo os momentos de amor. Chegou a existir um tempo em que eles mal conseguiam olhar pra cara um do outro. Devido ao seu físico, ele vivia rodeado de garotas o assediando, mas ele respeitava ela e não a traia. Ela achava que ele não a amava mais e, apesar dele dizer que era totalmente fiel, ela não acreditava mais nisso. Nas férias ela viajou pra uma cidadezinha em que não conhecia ninguém. Saiu pra diversas festas, bebia, dançava, agia como se estivesse solteira. Em uma das noites, ela ultrapassou na bebida e acabou ficando com dois caras, no momento ela adorou, se sentiu sexy, desejada. Algumas semanas depois ela voltou para a sua cidade, cansada, apenas se deitou e dormiu por horas. Quando acordou o relégogio já marcava 14 horas, resolveu olhar sua caixa de e-mail e lá havia um de seu namorado. “Boa tarde, meu amor. Como foi a viagem? Olha, me desculpe pelo jeito que ando ultimamente. Eu apenas estava passando por um momento difícil e acabei descontando em você, não é? Me disseram que você estava com ciúmes, mas não precisa… Você sabe que eu só quero você. Hoje a noite quero te ver, em? Depois te ligo pra marcar. Prometo que tudo será diferente de agora em diante. Não se esqueça que eu amo você.” Ao terminar de ler o e-mail, ela se sentiu a pior pessoa do mundo. Pensou em pedir desculpas, mas sabia que nada mudaria o que ela fez, ele nunca mais confiaria nela outra vez. Resolveu então escrever uma carta, mas não conseguia passar da primeira linha. Cada vez mais se sentia um lixo por ter traido seu amor. A culpa, o arrependimento e o ódio de sí mesma já havia dominado sua mente completamente. 18 horas, o telefone tocou, desesperada, sabendo que não aguentaria falar com ele, ela não atendeu. O telefone tocou mais algumas vezes, todas ela ignorou. Ele já estava ficando preocupado e resolveu ir até a casa dela. Nesse meio tempo, ela já estava enlouquecendo, foi quando se lembrou da arma que o pai guardava na primeira gaveta do guarda-roupa. Com a arma na mão, ela só conseguia pensar na traição e no nojo que sentia de sí mesma. Olhou todos os papéis a sua volta, apenas um estava em branco. A campainha tocou, um “Me desculpe, eu te amo” foi escrito com uma letra tremida. Ele chamou por ela e, sem respostas, tentou abrir a porta. Pra sua sorte, ou azar, estava aberta e ele entrou. Quando ela ouviu seus passos se aproximando do quarto, ela se trancou no banheiro, ele bateu na porta. Ela não abriu, ficou em silêncio e não resistiu a puxar o gatilho. Ele ouviu o tiro e arrombou a porta. Tarde demais, ela já estava caida no chão, ensanguentada, com o papel em suas mãos. Ele pegou, leu e apesar de não entender o motivo do pedido de desculpas, se lembrou do que dissera uma vez… “Eu não aguento sem ela”, outro disparo. Na autópsia dos corpos, algo piorou ainda mais a trágica história do casal: Ela estava grávida.
Créditos: Andressa Andrade. || http://beats4u.tumblr.com/ [vale a pena ver~]
 tradução do título: Infiél.

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